quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Lençóis Maranhenses - fev09

Resolvemos conhecer o Parque Nacional dos Lençois Maranhenses nesse carnaval.
Ligamos para o Fernando, amigo de vôo do Daniel, que conhece bem o local para pedir umas dicas. Além de passar alguns pontos de gps e indicar pousadas, ele informou que: nessa época não tem muita gente (opa!), as lagoas podiam não estar cheias (estavam) e podíamos pegar chuva (pegamos).
A viagem começou as 7 horas no sábado dia 21 com o jeep Bandeirante do Daniel. Após sair de Fortaleza descobri que havia deixado o dinheiro no apartamento. Viajamos preocupados com a possibilidade de não encontrarmos caixa para retirar dinheiro no caminho, já que é difícil contar com cartão nesses lugares remotos (encontramos banco 24h só em Luis Correia - PI).
No Ceará, seguimos pela CE-85, atravessamos o Piauí (e o Rio Parnaíba), seguindo até onde desse ao invés de pernoitar em Luis Correia, como sugeriu o Fernando.


no caminho...

Em Paulino Neves (MA), ainda claro, resolvemos continuar a viagem e seguir ("como quem sabe o caminho") um jipe até Barreirinhas, já que a partir de Paulino Neves há apenas trilhas entre dunas. Acabamos indo parar na praia e o jeito foi seguir para Caburé, onde chegamos às 18h, após 610km rodados.



percurso

Caburé é uma vila isolada e com algumas pousadas na beira do Rio Preguiça, após 22h o gerador é desligado. Ficamos na pousada do Mirante.


Caburé

No dia seguinte acertamos com um barqueiro para atravessar o Rio Preguiça até Atins (porta de entrada do Parque) e nos levar até as lagoas e dunas próximas.
Quando chegamos em Atins descobrimos que havia uma balsa transportando alguns carros entre Caburé e Atins, resolvemos voltar e pegar o carro.

esperando a balsa
Após voltar de barco (30'), pegar o carro, atravessar a balsa (demorou um pouco, pois havia 3 carros na frente e a travessia é lenta), entramos na área do Parque lá pelas 14h. Impressionante, mesmo com o tempo nublado, o lugar é lindo, dunas a perder de vista e lagoas por toda a parte, com águas transparentes. Demos uma volta com o carro e também a pé, entrando nas lagoas.

O jeep nas dunas


cabras nas dunas

mais dunas e lagoas...

No final da tarde o céu escureceu rapidamente, chuva! Voltamos e no caminho paramos na Luzia, um restaurante com ótimos camarões grelhados e bons preços (20,00 prato para dois). Lá estavam alguns turistas que atravessaram o parque de quadriciclo e mesmo de helicóptero.
Pernoitamos em Atins, na pousada da Rita (30,00 o casal). Como no dia seguinte o tempo estava fechado, achamos melhor retornar, e colocamos as tralhas no jipe. Mas era preciso ter avisado com antecedência o dono da balsa, pois o barco estava na areia sendo necessário esperar a maré subir.
Já conformados, resolvemos seguir para as dunas e passear um pouco mais. No caminho, resolvemos seguir alguns jipes que estavam indo para Queimada dos Britos/Barreirinhas (de Barreirinhas podíamos seguir sem balsa - a bagagem já estavam no carro - e de quebra conheceríamos a Queimada, famoso oásis no meio das dunas, e Santo Amaro do Maranhão, na outra ponta do Parque, de onde é possível chegar a Barreirinhas por uma estrada de terra). Seguimos pela praia um trecho, atravessando rios e rio/mar (Rio Negro, com a maré baixa), passando por regiões de rochas com pequenas cachoeiras, e entramos nas dunas, sempre em companhia de chuva.


passando o Rio Negro na maré baixa... imagine na alta...

atravessando córregos mais rasos...

Sem problemas no percurso pelas dunas, até o momento que o carro que estávamos seguindo literalmente atravessou uma lagoa mais profunda (água batendo na cintura).


Lagoa mais funda

Detalhe: todos os jipes que seguíamos tinham snorkels, menos o nosso, que ainda estava com o escapamento furado. Adivinha, o nosso jipe morreu antes de atingir o outro lado, com água passando o capô. Abri a porta e foi uma cachoeira para o interior.


Jeep mergulhando...

O jipe foi puxado pela Toyota da frente e voltou a pegar quando saiu da água. Mas logo em seguida a mesma lagoa para ser reatravessada, e dessa vez atolaram os dois, o jipe e o Toyota. Outros jipes ajudaram a desatolar os carros e nessas o Daniel perdeu a corda de espeleo.
O Daniel achou melhor não seguir em frente. Voltamos sozinhos e o carro passou a primeira lagoa, dessa vez sem morrer (ufa!). Graças às trilhas marcadas no meu gps, não haveria problemas no caminho de volta. Mas os problemas seriam outros; quando chegamos no Rio Negro a maré tinha subido. E pra passar? Seria arriscado passar com o carro, e não havia ninguém para ajudar. De lá até o restaurante da Luzia, local mais próximo para pedir ajuda, eram 15km. O jeito era esperar a maré descer; ficamos das 12h30 até umas 17h esperando, e na verdade ela só subia...
Durante esse tempo a chuva parou e o Daniel ficou indo e vindo dentro do rio, em local afastado do mar, já pensando na alternativa de não precisar passar na região da arrebentação (que poderia acontecer só à noite, ou, mais sensato, só no dia seguinte; pelo menos tínhamos dois pacotes de bolachas de água e sal, embora o primeiro tenha sido devorado antes das 15h). Nestas idas e vindas, o Daniel encontrou e marcou com galhos um caminho por dentro do rio, longe do mar, mas raso o suficiente para arriscar uma travessia de jipe.

Daniel indo e vindo no rio :D

Dessa forma, às 17h, antes que começasse a escurecer, decidimos passar pelo rio; eram longos trechos a serem percorridos, o nível no máximo até o meio da coxa. A preocupação era o carro parar de vez, já que não sabíamos se aquela parada no meio da lagoa teria danificado o motor. Mas deu tudo certo, atravessamos esse trecho. Mas logo adiante outro rio, também mais largo devido à maré e com uma forte correnteza. Esse foi atravessado com a ajuda de um pescador, que ajudou a tirar uns blocos do caminho. No caminho de volta, vários outros trechos de água doce, todos vencidos.
Após um dia tenso, chegamos em Atins com quase nada de luz do dia, onde dormimos na Rita novamente.
No dia seguinte (3a feira), dessa vez com a balsa previamente agendada, atravessamos o rio Preguiça de manhã, e partimos do Maranhão para o Ceará.
Decidimos aproveitar o sol, totalmente presente nesse dia, e parar em Jericoacoara-CE, onde chegamos à tarde, para um banho de mar e assistimos ao famoso por do sol no final do dia.
No dia seguinte, nublado, partimos para Fortaleza.

Planejamos voltar para o Parque e fazer o seguinte roteiro: ir até Caburé de carro, iniciar a travessia do Parque a pé de Atins passando por Queimada dos Britos, Baixa Grande, até Santo Amaro do Maranhão (em cerca de 3 dias de caminhada), de lá arrumar um transporte até Barreirinhas, quem sabe de lá fazer um voo panorâmico pelo parque, descer o Preguiça de voadeira até Caburé, encerrando a viagem. A melhor época para a viagem é entre junho e setembro, quando não chove e as lagoas ainda estão cheias.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Na minha vida...

... para sempre

Pedro Nino é fofo demais!!!