domingo, 13 de dezembro de 2009

Ceará - dez09

Última viagem para o Ceará, durante o final da estadia do Daniel para aquelas bandas.
Em Fortaleza, conhecemos um lugar bem bacana, Zé do Mangue, um bar/restaurante simples e rústico afastado, nas margens de um braço de rio, em manguezal. Fomos em noite de lua cheia, é muito bonito ver a lua aparecendo, refletindo no rio e o manguezal clareando aos poucos.
Ainda em Fortaleza, dicas de alguns lugares para comer: pizza na Vignoli e padaria Delitália, almoço por kg na Regina Diógenes (os doces são divinos), Camarões.
Foi muito legal também conhecer umas ruas próximas ao Mercado de artesanato e catedral - produtos diversos, fiquei fascinada com ratoeiras antigas, me arrependi de não ter comprado algumas para o ladrão secreto do povo da bio.
Fomos também para Jericoacoara, pousada Surfing Jeri - bem gostosa.
E Quixadá, lugar maravilhoso, ótimo para vôo livre. A molecada da região, que corre ansiosa para ajudar a guardar a asa, é ótima.

sábado, 21 de novembro de 2009

+ filmes na lista

Essa semana assisti a dois ótimos filmes no cinema:

- Deixa ela entrar (Let the right one in - Suécia 2008 - Tomas Alfredson)

- A partida (Okuribito - Japão 2008 - Yôjirô Takita)

sábado, 10 de outubro de 2009

em video

Mais dois bons filmes que vi recentemente em vídeo:

- Novembro (Noviembre - Espanha 2002 - Achero Mañas)

- Há tanto tempo que te amo (Il y a Longtemps que je T'Aime - França/Alemanha 2008 - Philippe Claudel)

sábado, 15 de agosto de 2009

8 a 10 agosto de 2009 - Galinhos, RN

Galinhos fica em Mossoró, RN. É um lugar bem sossegado e bonito, pouquíssimas opções de hospedagem, restaurante, charretes na areia...
Seguimos de carro até Pratagil, onde deixamos o carro em um estacionamento e pegamos um barco até Galinhos. Ficamos na pousada Bresil Aventure.
Em um dos passeios, pegamos um barco que parou em uma salina; depois nos deixou nas dunas, onde mergulhamos em algumas lagoas (rasas), e chegamos na praia, vazia e muito bonita na maré baixa, pois aparecem blocos recobertos por algas. Há um farol na ponta da praia.
Vale demais a pena conhecer, relaxar e curtir...
algumas fotos em:
http://picasaweb.google.com/reandrad/Galinhos_RN#

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Voo livre

Faz tempo que quero registrar algo sobre voo livre, já que tenho acompanhado bastante o Daniel nos seus vôos lá no Ceará. Ele fez o curso de asa delta com o pessoal da federação em agosto e setembro de 2008. No começo é só barranco (Porto das Dunas), onde se aprende a controlar a asa (um pouco) e a pousar. Depois disso, vários voos em Quixadá, Meruoca, e tb em Pacatuba e Ipu (esse último ainda não conheci).
Quixadá é um lugar maravilhoso, paisagens deslumbrantes, diversos monolitos, fica 170km ao sul de Fortaleza, em direção ao sertão. Meruoca fica à leste, perto de Sobral, uma região de serras muito bonita.
Na última viagem a Meruoca, em junho, fiz voo duplo de asa (Angelo) e parapente (Flávio). A serra vista do alto é linda!
Quem sabe um dia faço o curso, complicado atualmente pois é preciso dedicar vários fins de semanas no barranco - fica difícil com tantas viagens de trabalho.
Algumas fotos que tirei podem ser vistas no link:

Livros

Seguem abaixo algumas dicas de livros que li nos último meses, alguns lembrei olhando a estante de casa:

- Não diga noite - Amós Oz (e outros do autor)
- Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra - Mia Couto (e outros do autor, grande descoberta)
- Grande Sertão Veredas - Guimarães Rosa (excelente)
- A menina que roubava livros - Markus Zusak (lindo...)
- Musashi - Eiji Yoshikawa (história de um samurai em 1800 pags)
- O guia do mochileiro das galáxias - Douglas Adams (e os outros quatro da série)
- a trilogia do Millennium - Stieg Larsson (três livros, começando com Os homens que não amavam as mulheres)
- Leite Derramado - Chico Buarque
- Todos os nomes - José Saramago (e todos os outros do autor)
- Macunaíma - Mário de Andrade
- O som e a fúria de Tim Maia - Nelson Motta
- Cem anos de solidão - Gabriel Garcia Marquez
- Baudolino - Umberto Eco
- O sorriso do lagarto - João Ubaldo Ribeiro
- Os pilares da terra - Ken Follet e As brumas de Avalon - Marion Zimmer Bradley (li há uns 15 anos, passaram de mão em mão na faculdade; passatempo)

quinta-feira, 2 de abril de 2009

A mesa

Carlos Drummond de Andrade

E não gostavas de festa. . .
Ó velho, que festa grande
hoje te faria a gente.
E teus filhos que não bebem
e o que gosta de beber,
em torno da mesa larga,
largavam as tristes dietas,
esqueciam seus fricotes,
e tudo era farra honesta
acabando em confidência.
Ai, velho, ouvirias coisas
de arrepiar teus noventa.
E daí, não te assustávamos,
porque, com riso na boca,
e a nédia galinha, o vinho
português de boa pinta,
e mais o que alguém faria
de mil coisas naturais
e fartamente poria
em mil terrinas da China,
já logo te insinuávamos
que era tudo brincadeira.
Pois sim. Teu olho cansado,
mas afeito a ler no campo
uma lonjura de léguas,
e na lonjura uma rês
perdida no azul azul,
entrava-nos alma adentro
e via essa lama podre
e com pesar nos fitava
e com ira amaldiçoava
e com doçura perdoava
(perdoar é rito de pais,
quando não seja de amantes).
E, pois, tudo nos perdoando,
por dentro te regalavas
de ter filhos assim. . . Puxa,
grandessíssimos safados,
me saíram bem melhor
que as encomendas. De resto,
filho de peixe. . . Calavas,
com agudo sobrecenho
interrogavas em ti
uma lembrança saudosa
e não de todo remota
e rindo por dentro e vendo
que lançaras uma ponte
dos passos loucos do avô
à incontinência dos netos,
sabendo que toda carne
aspira à degradação,
mas numa via de fogo
e sob um arco sexual,
tossias. Hem, hem, meninos,
não sejam bobos. Meninos?
Uns marmanjos cinqüentões,
calvos, vívidos, usados,
mas resguardando no peito
essa alvura de garoto,
essa fuga para o mato,
essa gula defendida
e o desejo muito simples
de pedir à mãe que cosa,
mais do que nossa camisa,
nossa alma frouxa, rasgada. . .
Ai, grande jantar mineiro
que seria esse. . . Comíamos,
e comer abria fome,
e comida era pretexto.
E nem mesmo precisávamos
ter apetite, que as coisas
deixavam-se espostejar,
e amanhã é que eram elas.
Nunca desdenhe o tutu.
Vá lá mais um torresminho.
E quanto ao peru? Farofa
há de ser acompanhada
de uma boa cachacinha,
não desfazendo em cerveja,
essa grande camarada.
Ind'outro dia. . . Comer
guarda tamanha importância
que só o prato revele
o melhor, o mais humano
dos seres em sua treva?
Beber é pois tão sagrado
que só bebido meu mano
me desata seu queixume,
abrindo-me sua palma?
Sorver, papar: que comida
mais cheirosa, mais profunda
no seu tronco luso-árabe,
e que bebida mais santa
que a todos nos une em um
tal centímano glutão,
parlapatão e bonzão!
E nem falta a irmã que foi
mais cedo que os outros e era
rosa de nome e nascera
em dia tal como o de hoje
para enfeitar tua data.
Seu nome sabe a camélia,
e sendo uma rosa-amélia,
flor muito mais delicada
que qualquer das rosas-rosa,
viveu bem mais do que o nome,
porém no íntimo claustrava
a rosa esparsa. A teu lado,
vê: recobrou-se-lhe o viço.
Aqui sentou-se o mais velho.
Tipo do manso, do sonso,
não servia para padre,
amava casos bandalhos;
depois o tempo fez dele
o que faz de qualquer um;
e à medida que envelhece,
vai estranhamente sendo
retrato teu sem ser tu,
de sorte que se o diviso
de repente, sem anúncio,
és tu que me reapareces
noutro velho de sessenta.
Este outro aqui é doutor,
o bacharel da família,
mas suas letras mais doutas
são as escritas no sangue,
ou sobre a casca das árvores.
Sabe o nome da florzinha
e não esquece o da fruta
mais rara que se prepara
num casamento genético.
Mora nele a nostalgia,
citadino, do ar agreste,
e, camponês, do letrado.
Então vira patriarca.
Mais adiante vês aquele
que de ti herdou a, dura
vontade, o duro estoicismo.
Mas, não quis te repetir.
Achou não valer a pena
reproduzir sobre a terra
o que a terra engolirá.
Amou. E ama. E amará.
Só não quer que seu amor
seja uma prisão de dois,
um contrato, entre bocejos
e quatro pés de chinelo.
Feroz a um breve contato,
à segunda vista, seco,
à terceira vista, lhano,
dir-se-ia que ele tem medo
de ser, fatalmente, humano.
Dir-se-ia que ele tem raiva,
mas que mel transcende a raiva,
e que sábios, ardilosos
recursos de se enganar
quanto a si mesmo: exercita
uma força que não sabe
chamar-se, apenas, bondade.
Esta calou-se. Não quis
manter com palavras novas
o colóquio subterrâneo
que num sussurro percorre
a gente mais desatada.
Calou-se, não te aborreças,
Se tanto assim a querias,
algo nela ainda te quer,
à maneira atravessada
que é própria de nosso jeito.
(Não ser feliz tudo explica.)
Bem sei como são penosos
esses lances de família,
e discutir neste instante
seria matar a festa,
matando-te — não se morre
uma só vez, nem de vez.
Restam sempre muitas vidas
para serem consumidas
na razão dos desencontros
de nosso sangue nos corpos
por onde vai dividido.
Ficam sempre muitas mortes
para serem longamente
reencarnadas noutro morto.
Mas estamos todos vivos.
E mais que vivos, alegres.
Estamos todos como éramos
antes de ser, e ninguém
dirá que ficou faltando
algum dos teus. Por exemplo:
ali ao canto da mesa,
não por humilde, talvez
por ser o rei dos vaidosos
e se pelar por incômodas
posições de tipo gauche,
ali me vês tu. Que tal?
Fica tranquilo: trabalho.
Afinal, a boa vida
ficou apenas: a vida
(e nem era assim tão boa
e nem se fez muito má).
Pois ele sou eu. Repara:
tenho todos os defeitos
que não farejei em ti
e nem os tenho que tinhas,
quanto mais as qualidades.
Não importa: sou teu filho
com ser uma negativa
maneira de te afirmar.
Lá que brigamos, brigamos,
opa! que não foi brinquedo,
mas os caminhos do amor,
só amor sabe trilhá-los.
Tão ralo prazer te dei,
nenhum, talvez. . . ou senão,
esperança de prazer,
é, pode ser que te desse
a neutra satisfação
de alguém sentir que seu filho,
de tão inútil, seria
sequer um sujeito ruim.
Não sou um sujeito ruim.
Descansa, se o suspeitavas,
mas não sou lá essas coisas.
Alguns afetos recortam
o meu coração chateado.
Se me chateio? demais.
Esse é meu mal. Não herdei
de ti essa balda. Bem,
não me olhes tão longo tempo,
que há muitos a ver ainda.
Há oito. E todos minúsculos,
todos frustrados. Que flora
mais triste fomos achar
para ornamento de mesa!
Qual nada. De tão remotos,
de tão puros e esquecidos
no chão que suga e transforma,
são anjos. Que luminosos!
que raios de amor radiam,
e em meio a vagos cristais,
o cristal deles retine,
reverbera a própria sombra.
São anjos que se dignaram
participar do banquete,
alisar o tamborete,
viver vida de menino.
São anjos: e mal sabias
que um mortal devolve a Deus
algo de sua divina
substância aérea e sensível,
se tem um filho e se o perde.
Conta: quatorze na mesa.
Ou trinta? serão cinquenta,
que sei? se chegam mais outros,
uma carne cada dia
multiplicada, cruzada
a outras carnes de amor.
São cinquenta pecadores,
se pecado é ter nascido
e provar, entre pecados,
os que nos foram legados.
A procissão de teus netos,
alongando-se em bisnetos,
veio pedir tua bênção
e comer de teu jantar.
Repara um pouquinho nesta,
no queixo, no olhar, no gesto,
e na consciência profunda
e na graça menineira,
e dize, depois de tudo,
se não é, entre meus erros,
uma imprevista verdade.
Esta é minha explicação,
meu verso melhor ou único,
meu tudo enchendo meu nada.
Agora a mesa repleta
está maior do que a casa.
Falamos de boca cheia,
xingamo-nos mutuamente,
rimos, ai, de arrebentar,
esquecemos o respeito
terrível, inibidor,
e toda a alegria nossa,
ressecada em tantos negros
bródios comemorativos
(não convém lembrar agora),
os gestos acumulados
de efusão fraterna, atados
(não convém lembrar agora),
as fina-e-meigas palavras
que ditas naquele tempo
teriam mudado a vida
(não convém mudar agora),
vem tudo à mesa e se espalha
qual inédita vitualha.
Oh que ceia mais celeste
e que gozo mais do chão!
Quem preparou? que inconteste
vocação de sacrifício
pôs a mesa, teve os filhos?
quem se apagou? quem pagou
a pena deste trabalho?
quem foi a mão invisível
que traçou este arabesco
de flor em torno ao pudim,
como se traça uma auréola?
quem tem auréola? quem não
a tem, pois que, sendo de ouro,
cuida logo em reparti-la,
e se pensa melhor faz?
quem senta do lado esquerdo,
assim curvada? que branca,
mas que branca mais que branca
tarja de cabelos brancos
retira a cor das laranjas,
anula o pó do café,
cassa o brilho aos serafins?
quem é toda luz e é branca?
Decerto não pressentias
como o branco pode ser
uma tinta mais diversa
da mesma brancura. . . Alvura
elaborada na ausência
de ti, mas ficou perfeita,
concreta, fria, lunar.
Como pode nossa festa
ser de um só que não de dois?
Os dois ora estais reunidos
numa aliança bem maior
que o simples elo da terra.
Estais juntos nesta mesa
de madeira mais de lei
que qualquer lei da república.
Estais acima de nós,
acima deste jantar
para o qual vos convocamos
por muito — enfim — vos querermos
e, amando, nos iludirmos
junto da mesa
vazia.



É lindo... arrepia.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Lençóis Maranhenses - fev09

Resolvemos conhecer o Parque Nacional dos Lençois Maranhenses nesse carnaval.
Ligamos para o Fernando, amigo de vôo do Daniel, que conhece bem o local para pedir umas dicas. Além de passar alguns pontos de gps e indicar pousadas, ele informou que: nessa época não tem muita gente (opa!), as lagoas podiam não estar cheias (estavam) e podíamos pegar chuva (pegamos).
A viagem começou as 7 horas no sábado dia 21 com o jeep Bandeirante do Daniel. Após sair de Fortaleza descobri que havia deixado o dinheiro no apartamento. Viajamos preocupados com a possibilidade de não encontrarmos caixa para retirar dinheiro no caminho, já que é difícil contar com cartão nesses lugares remotos (encontramos banco 24h só em Luis Correia - PI).
No Ceará, seguimos pela CE-85, atravessamos o Piauí (e o Rio Parnaíba), seguindo até onde desse ao invés de pernoitar em Luis Correia, como sugeriu o Fernando.


no caminho...

Em Paulino Neves (MA), ainda claro, resolvemos continuar a viagem e seguir ("como quem sabe o caminho") um jipe até Barreirinhas, já que a partir de Paulino Neves há apenas trilhas entre dunas. Acabamos indo parar na praia e o jeito foi seguir para Caburé, onde chegamos às 18h, após 610km rodados.



percurso

Caburé é uma vila isolada e com algumas pousadas na beira do Rio Preguiça, após 22h o gerador é desligado. Ficamos na pousada do Mirante.


Caburé

No dia seguinte acertamos com um barqueiro para atravessar o Rio Preguiça até Atins (porta de entrada do Parque) e nos levar até as lagoas e dunas próximas.
Quando chegamos em Atins descobrimos que havia uma balsa transportando alguns carros entre Caburé e Atins, resolvemos voltar e pegar o carro.

esperando a balsa
Após voltar de barco (30'), pegar o carro, atravessar a balsa (demorou um pouco, pois havia 3 carros na frente e a travessia é lenta), entramos na área do Parque lá pelas 14h. Impressionante, mesmo com o tempo nublado, o lugar é lindo, dunas a perder de vista e lagoas por toda a parte, com águas transparentes. Demos uma volta com o carro e também a pé, entrando nas lagoas.

O jeep nas dunas


cabras nas dunas

mais dunas e lagoas...

No final da tarde o céu escureceu rapidamente, chuva! Voltamos e no caminho paramos na Luzia, um restaurante com ótimos camarões grelhados e bons preços (20,00 prato para dois). Lá estavam alguns turistas que atravessaram o parque de quadriciclo e mesmo de helicóptero.
Pernoitamos em Atins, na pousada da Rita (30,00 o casal). Como no dia seguinte o tempo estava fechado, achamos melhor retornar, e colocamos as tralhas no jipe. Mas era preciso ter avisado com antecedência o dono da balsa, pois o barco estava na areia sendo necessário esperar a maré subir.
Já conformados, resolvemos seguir para as dunas e passear um pouco mais. No caminho, resolvemos seguir alguns jipes que estavam indo para Queimada dos Britos/Barreirinhas (de Barreirinhas podíamos seguir sem balsa - a bagagem já estavam no carro - e de quebra conheceríamos a Queimada, famoso oásis no meio das dunas, e Santo Amaro do Maranhão, na outra ponta do Parque, de onde é possível chegar a Barreirinhas por uma estrada de terra). Seguimos pela praia um trecho, atravessando rios e rio/mar (Rio Negro, com a maré baixa), passando por regiões de rochas com pequenas cachoeiras, e entramos nas dunas, sempre em companhia de chuva.


passando o Rio Negro na maré baixa... imagine na alta...

atravessando córregos mais rasos...

Sem problemas no percurso pelas dunas, até o momento que o carro que estávamos seguindo literalmente atravessou uma lagoa mais profunda (água batendo na cintura).


Lagoa mais funda

Detalhe: todos os jipes que seguíamos tinham snorkels, menos o nosso, que ainda estava com o escapamento furado. Adivinha, o nosso jipe morreu antes de atingir o outro lado, com água passando o capô. Abri a porta e foi uma cachoeira para o interior.


Jeep mergulhando...

O jipe foi puxado pela Toyota da frente e voltou a pegar quando saiu da água. Mas logo em seguida a mesma lagoa para ser reatravessada, e dessa vez atolaram os dois, o jipe e o Toyota. Outros jipes ajudaram a desatolar os carros e nessas o Daniel perdeu a corda de espeleo.
O Daniel achou melhor não seguir em frente. Voltamos sozinhos e o carro passou a primeira lagoa, dessa vez sem morrer (ufa!). Graças às trilhas marcadas no meu gps, não haveria problemas no caminho de volta. Mas os problemas seriam outros; quando chegamos no Rio Negro a maré tinha subido. E pra passar? Seria arriscado passar com o carro, e não havia ninguém para ajudar. De lá até o restaurante da Luzia, local mais próximo para pedir ajuda, eram 15km. O jeito era esperar a maré descer; ficamos das 12h30 até umas 17h esperando, e na verdade ela só subia...
Durante esse tempo a chuva parou e o Daniel ficou indo e vindo dentro do rio, em local afastado do mar, já pensando na alternativa de não precisar passar na região da arrebentação (que poderia acontecer só à noite, ou, mais sensato, só no dia seguinte; pelo menos tínhamos dois pacotes de bolachas de água e sal, embora o primeiro tenha sido devorado antes das 15h). Nestas idas e vindas, o Daniel encontrou e marcou com galhos um caminho por dentro do rio, longe do mar, mas raso o suficiente para arriscar uma travessia de jipe.

Daniel indo e vindo no rio :D

Dessa forma, às 17h, antes que começasse a escurecer, decidimos passar pelo rio; eram longos trechos a serem percorridos, o nível no máximo até o meio da coxa. A preocupação era o carro parar de vez, já que não sabíamos se aquela parada no meio da lagoa teria danificado o motor. Mas deu tudo certo, atravessamos esse trecho. Mas logo adiante outro rio, também mais largo devido à maré e com uma forte correnteza. Esse foi atravessado com a ajuda de um pescador, que ajudou a tirar uns blocos do caminho. No caminho de volta, vários outros trechos de água doce, todos vencidos.
Após um dia tenso, chegamos em Atins com quase nada de luz do dia, onde dormimos na Rita novamente.
No dia seguinte (3a feira), dessa vez com a balsa previamente agendada, atravessamos o rio Preguiça de manhã, e partimos do Maranhão para o Ceará.
Decidimos aproveitar o sol, totalmente presente nesse dia, e parar em Jericoacoara-CE, onde chegamos à tarde, para um banho de mar e assistimos ao famoso por do sol no final do dia.
No dia seguinte, nublado, partimos para Fortaleza.

Planejamos voltar para o Parque e fazer o seguinte roteiro: ir até Caburé de carro, iniciar a travessia do Parque a pé de Atins passando por Queimada dos Britos, Baixa Grande, até Santo Amaro do Maranhão (em cerca de 3 dias de caminhada), de lá arrumar um transporte até Barreirinhas, quem sabe de lá fazer um voo panorâmico pelo parque, descer o Preguiça de voadeira até Caburé, encerrando a viagem. A melhor época para a viagem é entre junho e setembro, quando não chove e as lagoas ainda estão cheias.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Na minha vida...

... para sempre

Pedro Nino é fofo demais!!!